segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Parem de jogar papéis nas ruas...

A descrição de uma cena: "Um homem caminha enquanto retira um objeto de uma embalagem, há um lixo a cerca de 15 metros, mas ele está com pressa, ele sempre está com pressa. Para que parar? Para que desviar 15 metros de seu percurso? Não importa. Ele joga ali mesmo...". Quantas vezes, diariamente, não nos deparamos com situações assim? Sejam embalagens plásticas, bitucas de cigarro, papéis. Sempre há alguém contribuindo. E nem parece algo tão distante, afinal, 15 metros são 15 passos, não é mesmo?
                Não sei quanto vocês estão prestando atenção para o que ocorre no mundo. A verdade é que por atitudes pequenas assim e outras grandes como industrialização, irresponsabilidade ambiental; estamos vivenciando catástrofes ambientais cada vez mais bizarras. Vocês estão prestando atenção no mundo? Vamos aos fatos dos últimos meses:
                Em primeiro lugar vamos falar a respeito do vazamento de petróleo no Golfo do México. A maior catástrofe ambiental causada por falhas humanas até agora...  A área de vazamento ultrapassou o tamanho de pequenos países e o gasto para controle de danos já atingiu a gigantesca quantia de 8 bilhões de dólares. Já imaginou o que daria pra fazer com 8 bilhões de dólares? São tantos zeros que dá pra se perder aí no meio. Se não fosse uma catástrofe onde estão envolvidas companhias britânicas e os Estados Unidos, fico imaginando quais seriam as conseqüências para o país. Invasão, controle do governo, derrubar ditadores??
                Continuando, a onda de calor que a Rússia está enfrentando. O maior registro dos últimos mil anos. Desde o começo do período de seca, já morreram 52 pessoas e as taxas de mortalidade em Moscou dobrou devido ao calor e à fumaça de incêndios florestais. No Paquistão as piores enchentes dos últimos 80 anos mataram 1.600 pessoas e atingiu 20 milhões, o que totaliza aproximadamente 11% da população do país. Números suficientes para assustar qualquer um, não? O secretário geral da ONU em visita ao país declarou que é a maior catástrofe que já viu na vida, e autorizou o envio de uma ajuda de aproximadamente 460 milhões de dólares. ( O investimento para controlar os danos do petróleo já ultrapassaram 8 BILHOES )
                Antes de começar a dar minha opinião sobre tudo isso, ainda quero relembrar um pouco de história. Para os que não sabem, a industrialização começou no século XVIII ( 18 ) e se expandiu no século XIX ( 19 ) para outros países. Foi um processo importante para o mundo capitalista. O mundo deixou de depender pura e simplesmente do trabalho humano, enquanto a qualidade e produção atingiam níveis que eram capazes de impressionar qualquer um. Mas não é para esse tipo de coisa que devemos estar atentos, mas sim para o modo como fazíamos essas máquinas funcionarem. Primeiro era a queima de carvão mineral para gerar calor e mover as turbinas a vapor; hoje em dia, em uma grande maioria de países, o petróleo e seus derivados. Tudo muito belo, não?
                O problema de tudo isso são as conseqüências de séculos de negligencia ambiental. Você consegue imaginar a quantidade de poluição jogada por aí? A quantidade de coisas tóxicas jogadas em rios e nos oceanos? É incontável o número de problemas que isso causou e vem causando. Não precisamos nem ir tão longe assim, pegue o rio Tietê. É um rio que passa no meio da cidade de São Paulo, uma cidade rica em empresas e produção, sem falar que é uma das maiores cidades do mundo, mas que tem um esgoto a céu aberto atravessando suas marginais.
                Tudo bem, muitos podem argumentar que antes não tínhamos o conhecimento necessário para entender os efeitos da industrialização e mesmo os efeitos que aqueles poluentes tinham de maneira geral. É um argumento muito válido, porém hoje nós temos e o espaço para desculpas está se esgotando. Se é difícil ver pessoas mudarem pequenos hábitos para combater isso, fico imaginando grandes empresas. É claro que muitos utilizarão o protocolo de Quioto como uma defesa do combate à catastofres ambientais, mas mesmo assim, as mudanças estão realmente ocorrendo?
                A conversa de que gerou o protocolo teve início em 1988 no Canadá e foi aberto para assinaturas em 1997 e apenas ratificado em 1999, o que geram 11 anos de conversa para uma atitude nem tão agressiva assim. Para entrar em vigor era necessário que tivesse sido assinado por países que, somados, seriam responsáveis por 55% da emissão de gases e isso ocorreu apenas em fevereiro de 2005. Hoje nós já temos uma situação mais favorável que engloba quase o mundo inteiro, apenas os "diferentes" ( que são os EUA ) não ratificaram o protocolo pois isso afetaria a economia deles e porque eles tem dúvidas do quanto o homem é realmente responsável pelas alterações climáticas que ocorrem na Terra ( Katrina poderia ser uma resposta, não? Só indagando.... )
                Estão tentando, talvez. Mas não o suficiente ou, pelo menos, não como deveriam. Acho um pouco difícil falar sobre isso, por isso vou me ater mais aos hábitos das pessoas. Quantos de nós não teve a oportunidade de escutar algum infeliz falando: "Não vou fechar a torneira porque não vou estar vivo quando a água acabar", ou "O que não me atinge não me interessa". Se vocês nunca tiveram essa infelicidade, os parabenizo. Eu tive, e isso me revolta. Porque essa necessidade de ser inconseqüente? É tão difícil assim mudar um hábito? Tome um banho de menos minutos. Use um carro com menor potência. Apague a luz ao sair do quarto. São coisas tão pequenas, e que parecem tão insignificantes, mas quando somadas, faz tanta diferença. Imagine milhões usando menos água. Milhões apagando as luzes. Imagine o que milhões podem fazer.... já vimos tantos mudarem com tão pouco, porque seria impossível mudar com muitos?

4 comentários:

  1. muito se fala mas pouco se faz...e isso acontece em diversos embates que nos atormentam.
    embora todos saibam que isso precisa ser feito, poucos realmente põe em prática, e esse é o problema...eu faço minha parte, vc faz a sua, meia dúzia faz as deles...e os outros 180 milhões do país? Falo desse país pois em vários outros existem legislações que impõe às pessoas a necessidade de fazerem suas partes...
    não lembro em qual país, mas existe um onde jogar embalagem de bala no chão é passível de multa.

    aqui, no país da banana, se o indivíduo menos instruído não ganha nada com a boa ação, não tem porque ele fazê-la...
    e isso vale para limpeza, política, economia, companheirismo e muitas outras coisas...
    a política do "se dar bem", sempre ganhar da política cavalheirística/educada/saudável/cidadã.

    Um ótimo texto!

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  2. Só pra efeito de curiosidade, a Terra passou por um pequeno periodo de resfriamento entre os seculos XVI e XIX conhecido como Pequena Idade do Gelo, o que pode indicar que o ser humano nao tenha um papel determinante no aquecimento global, e sim apenas uma participaçao.
    Mas eu nao te tiro a razao. As pessoas so tentariam mudar mesmo se algo as prejudicasse. Enquanto esta tudo indo "bem", nao tem por que tentar ser melhor. O ser humano mesmo tao inteligente, consegue ser a unica especie que destroi o ambiente em que vive.
    Eu nunca me esqueço de algo que li uma vez, e apesar de triste, nao deixa de ser verdade: o mundo passou por muita coisa antes de nós e sobreviveu, e ele vai continuar aqui por muito tempo depois que o ser humano for embora.

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  3. So funny, Lê... Seu texto tem MUITO a ver com coisas que falo pros meus jovens da crisma. Devemos amar o nosso planeta, pq vivemos nele. Devemos amar quem vive nele, pq vivem conosco. Mas é impossível amar uma coisa que não se conhece, uma coisa a qual não se presta atenção. Prestássemos todos a atenção devida, amaríamos. E cuidaríamos...

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  4. Existem tantas verdades para esse assunto que me assusta.

    Por um lado vemos um mundo escravizado pelo consumo e por manter esse consumo.
    Deste mesmo lado, o escrotidão eterna do ser humano.

    Pois bem...não sei o que comentar dessa vez. ahhahahhah.
    O texto fala por si.

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