quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tudo muda quando a gente muda...

                Tente se lembrar de onde você veio. Como você veio parar aqui? O que estava fazendo ontem a tarde nesse mesmo horário? No dia anterior, na semana, mês, ano, década... Imagine que é possível saber como você se tornou quem é e quais foram os motivos que o levaram a tomar certas decisões e moldar uma determinada personalidade. Sabe o que é mais impressionante? Isso é impossível. Você não é mais a pessoa que foi ontem, e nem será a mesma pessoa amanhã. Imaginem que suas vidas são como um rio. Uma gota d'água não passará no mesmo lugar, ela sempre continuará fluindo em direção a algo muito maior e que nem ela compreende. O ser humano é assim.
                Gosto de pensar sobre as histórias das grandes figuras. Começando pelos tempos antes de Cristo. Lembrem-se dos grandes imperadores: Alexandre ( o Grande ), por exemplo. Digamos que ele tenha tido uma vida toda de dedicação para se tornar o guerreiro e líder que foi. Mas, teria ele sido tudo o que foi sozinho? Ou será que sua ferocidade, sua habilidade como estrategista fez com que milhares, talvez milhões se movessem em pró dos sonhos de um visionário, ou louco, chame-o do que quiser. Pense em Julio César de Roma. Ele não foi filho de rei. Foi filho de um senador romano medíocre. Seu tio, por outro lado, foi um homem grandioso que foi assassinado por Sila, que se tornou ditador de Roma. Forçado a fugir, Julio César começa a se destacar na embarcação romana que o aceitou como soldado e seu superior percebe que nesse homem há olhos de uma ferocidade não vista antes. Loucura? Quem sabe... Quando analisamos a fundo, me parece que quase todos os grandes tinham um quê de insanidade, não? Voltando ao romano, Julio César retorna a Roma mais tarde, torna-se senador e começa a ganhar destaque. Torna-se general de legião, depois comandante de legiões, e suas conquistas são o suficiente para 4 livros que resumem sua história ( Escritos por Conn Iggulden. Recomendo! ). De qualquer jeito, esse foi o homem que conseguiu expandir o império romano até a Espanha, Gália e Egito. Quantas pessoas colocaram suas vidas em risco? Quantos milhares morreram? Em pró de que? Uma Roma mais poderosa, claro. Mas será que todos viam assim? Ou será que eles seguiam seus comandantes e amigos por que existia um alguém, uma pessoa que tinha a capacidade de mudá-las?
                Vejamos Jesus Cristo, por exemplo. Não vou entrar em méritos religiosos, pois esse tipo de discussão não convém. Todos tem o direito de acreditar no que quiserem, mas independente de sua religião, ninguém pode negar que Ele foi um grande líder. Suas idéias de salvação após a morte, e outras tantas, forçou o quase desaparecimento do politeísmo no império romano, que, como descrito acima, abrangia pedaços da Ásia, África e mais de metade da Europa. Ele moveu milhares de pessoas e foi um homem que não pegou em armas. Que acreditava na palavra, no amor, na confiança, na amizade ( Quase impossível não sentir falta desses sentimentos... ). E um homem, santo ou não, foi capaz de proliferar suas palavras, sentimentos, crenças através do mundo, através de outras pessoas.
                A Igreja Católica, anos mais tarde e sua febre de reconquistar a terra santa e suas famosas cruzadas. As pessoas que acreditam em alguém ou algo, mudam. E elas tem a força de mudar outras pessoas, mudarem outros destinos e seguirem atrás de algum tipo de objetivo. Tudo bem que a maior parte delas desconhece o real motivo que as mobiliza, porém, para grande parte delas, isso não interessa. Alguém as fez acreditar que aquele era o caminho certo, e alguém, pelo visto, acreditou. Mais tarde com Hitler e sua doutrinação contra o impuro que não tem nada de impuro, são seres humanos, diferentes, é claro, mas seres humanos como todos os outros. Tenham eles olhos escuros e pele escura ou olhos claros e pele clara. Sejam eles homossexuais ou héteros, judeus ou católicos. Todas essas histórias de instituições, reis, imperadores que conduziam pessoas, exércitos, países, são histórias de mudanças, boas, ruins, cabe ao mundo julgar, não a mim.
                Gosto muito de um filme que chama "A corrente do bem", aposto que quase todos já ouviram falar a respeito. Nesse filme um menino tem a idéia de que é possível mudar o mundo caso você faça um favor a 3 pessoas sem pedir nada em troca apenas que elas continuem com a corrente, fazendo algo que possa mudar a vida de outras 3 pessoas. A verdade é que o poder da mudança não está em algum livro, em alguma lição que é aprendida pela internet sem ter o contato com outras pessoas. Isso não acontece... as pessoas mudam quando alguém se aproxima delas e elas percebem que há algo melhor para ser. As pessoas mudam quando alguém chega e é capaz de dizer que o mundo é mais belo quando se vai em uma outra direção. Ninguém está dizendo que você precisa acreditar em qualquer otário que aparecer por aí, mas não tenha dúvidas de que você irá mudar, e sua visão de mundo vai mudar. Você vai tentar mudar outras pessoas, vai tentar fazê-las andar ao seu lado em pró de algo que você acredita, que julga necessário e justo. As mudanças ocorrem quando pessoas se mobilizam. Ninguém, NUNCA, mudou o mundo sozinho. Todos que foram grandes, foram grandes pois existiram muitos outros grandes abaixo e ao lado desses mesmos. Mas você é capaz de mudar outras pessoas e fazer com que essas pessoas mudem e fazer com que tudo mude?
                Não vá sair por aí achando que é possível mudar o mundo porque você joga papel no lixo. Não estou dizendo que você deve viver na inércia e colocar tudo a perder porque ninguém ao seu redor não faz nada. Isso é comum, e você não é o único que enxerga as coisas assim. Porém, assim como tudo, o começo é o mais difícil. Mudar alguma coisa toma tempo, exige dedicação. Uma boa idéia não é uma boa idéia se você é o único que acredita nela. Uma boa idéia é aquela que faz pessoas arrepiarem, aplaudirem, escreverem a respeito, seguirem seus passos e lhe admirarem. Você precisa mudar. Você precisa acreditar em quem é, no que faz. Quando você mudar, tudo vai mudar. Todos começarão a mudar. E um dia, por fim, tudo terá mudado pois, em algum ponto, nós também mudamos...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Parem de jogar papéis nas ruas...

A descrição de uma cena: "Um homem caminha enquanto retira um objeto de uma embalagem, há um lixo a cerca de 15 metros, mas ele está com pressa, ele sempre está com pressa. Para que parar? Para que desviar 15 metros de seu percurso? Não importa. Ele joga ali mesmo...". Quantas vezes, diariamente, não nos deparamos com situações assim? Sejam embalagens plásticas, bitucas de cigarro, papéis. Sempre há alguém contribuindo. E nem parece algo tão distante, afinal, 15 metros são 15 passos, não é mesmo?
                Não sei quanto vocês estão prestando atenção para o que ocorre no mundo. A verdade é que por atitudes pequenas assim e outras grandes como industrialização, irresponsabilidade ambiental; estamos vivenciando catástrofes ambientais cada vez mais bizarras. Vocês estão prestando atenção no mundo? Vamos aos fatos dos últimos meses:
                Em primeiro lugar vamos falar a respeito do vazamento de petróleo no Golfo do México. A maior catástrofe ambiental causada por falhas humanas até agora...  A área de vazamento ultrapassou o tamanho de pequenos países e o gasto para controle de danos já atingiu a gigantesca quantia de 8 bilhões de dólares. Já imaginou o que daria pra fazer com 8 bilhões de dólares? São tantos zeros que dá pra se perder aí no meio. Se não fosse uma catástrofe onde estão envolvidas companhias britânicas e os Estados Unidos, fico imaginando quais seriam as conseqüências para o país. Invasão, controle do governo, derrubar ditadores??
                Continuando, a onda de calor que a Rússia está enfrentando. O maior registro dos últimos mil anos. Desde o começo do período de seca, já morreram 52 pessoas e as taxas de mortalidade em Moscou dobrou devido ao calor e à fumaça de incêndios florestais. No Paquistão as piores enchentes dos últimos 80 anos mataram 1.600 pessoas e atingiu 20 milhões, o que totaliza aproximadamente 11% da população do país. Números suficientes para assustar qualquer um, não? O secretário geral da ONU em visita ao país declarou que é a maior catástrofe que já viu na vida, e autorizou o envio de uma ajuda de aproximadamente 460 milhões de dólares. ( O investimento para controlar os danos do petróleo já ultrapassaram 8 BILHOES )
                Antes de começar a dar minha opinião sobre tudo isso, ainda quero relembrar um pouco de história. Para os que não sabem, a industrialização começou no século XVIII ( 18 ) e se expandiu no século XIX ( 19 ) para outros países. Foi um processo importante para o mundo capitalista. O mundo deixou de depender pura e simplesmente do trabalho humano, enquanto a qualidade e produção atingiam níveis que eram capazes de impressionar qualquer um. Mas não é para esse tipo de coisa que devemos estar atentos, mas sim para o modo como fazíamos essas máquinas funcionarem. Primeiro era a queima de carvão mineral para gerar calor e mover as turbinas a vapor; hoje em dia, em uma grande maioria de países, o petróleo e seus derivados. Tudo muito belo, não?
                O problema de tudo isso são as conseqüências de séculos de negligencia ambiental. Você consegue imaginar a quantidade de poluição jogada por aí? A quantidade de coisas tóxicas jogadas em rios e nos oceanos? É incontável o número de problemas que isso causou e vem causando. Não precisamos nem ir tão longe assim, pegue o rio Tietê. É um rio que passa no meio da cidade de São Paulo, uma cidade rica em empresas e produção, sem falar que é uma das maiores cidades do mundo, mas que tem um esgoto a céu aberto atravessando suas marginais.
                Tudo bem, muitos podem argumentar que antes não tínhamos o conhecimento necessário para entender os efeitos da industrialização e mesmo os efeitos que aqueles poluentes tinham de maneira geral. É um argumento muito válido, porém hoje nós temos e o espaço para desculpas está se esgotando. Se é difícil ver pessoas mudarem pequenos hábitos para combater isso, fico imaginando grandes empresas. É claro que muitos utilizarão o protocolo de Quioto como uma defesa do combate à catastofres ambientais, mas mesmo assim, as mudanças estão realmente ocorrendo?
                A conversa de que gerou o protocolo teve início em 1988 no Canadá e foi aberto para assinaturas em 1997 e apenas ratificado em 1999, o que geram 11 anos de conversa para uma atitude nem tão agressiva assim. Para entrar em vigor era necessário que tivesse sido assinado por países que, somados, seriam responsáveis por 55% da emissão de gases e isso ocorreu apenas em fevereiro de 2005. Hoje nós já temos uma situação mais favorável que engloba quase o mundo inteiro, apenas os "diferentes" ( que são os EUA ) não ratificaram o protocolo pois isso afetaria a economia deles e porque eles tem dúvidas do quanto o homem é realmente responsável pelas alterações climáticas que ocorrem na Terra ( Katrina poderia ser uma resposta, não? Só indagando.... )
                Estão tentando, talvez. Mas não o suficiente ou, pelo menos, não como deveriam. Acho um pouco difícil falar sobre isso, por isso vou me ater mais aos hábitos das pessoas. Quantos de nós não teve a oportunidade de escutar algum infeliz falando: "Não vou fechar a torneira porque não vou estar vivo quando a água acabar", ou "O que não me atinge não me interessa". Se vocês nunca tiveram essa infelicidade, os parabenizo. Eu tive, e isso me revolta. Porque essa necessidade de ser inconseqüente? É tão difícil assim mudar um hábito? Tome um banho de menos minutos. Use um carro com menor potência. Apague a luz ao sair do quarto. São coisas tão pequenas, e que parecem tão insignificantes, mas quando somadas, faz tanta diferença. Imagine milhões usando menos água. Milhões apagando as luzes. Imagine o que milhões podem fazer.... já vimos tantos mudarem com tão pouco, porque seria impossível mudar com muitos?

domingo, 22 de agosto de 2010

De repente eu já não era mais criança...

Você se lembra de um tempo em que não precisávamos fazer escolhas? Você se lembra de uma era em que a maior cobrança que existia eram desenhos de palitos?? Será que ainda conhecemos a inocência, ou terá ela se perdido em algum lugar...??? Você se orgulha das escolhas que fez???? Você tem dúvidas??? Não dá medo viver em um jogo de aparências?? Desde quando sou dono da minha própria vida? São todas perguntas das quais não consigo me livrar...

Minhas primeiras memórias não são minhas... São memórias que surgiram a partir de histórias, fotos e outros pequenos detalhes que enquanto criança marcaram a vida de alguém. Um brinquedo quebrado, o primeiro rabisco. Dizem que foram anos de ouro... devem ter sido. Pena que não foram absolutamente meus. Pelo menos, não do tipo que eu vá me lembrar de qualquer jeito. Pisquei uma vez...

Já tinha alguns anos de idade quando comecei a freqüentar a escola. Era uma época divertida. Parquinho, desenho livre, desenhos animados. Quem aí não se lembra dos cavaleiros do zodíaco, dragonball, pokemon? Bate um breve saudosismo.... Lembranças de uma infância rica. O primeiro tombo do cavalo, a primeira cicatriz, os campeonatos de futebol do clube. Não quer dizer que você precise ser bom, só precisa ter um pai animado e fanático... Pisquei pela segunda vez...

A primeira viagem... A primeira vez que você precisa deixar a casa de seus pais sem nenhum tipo de mimo, sem nenhum tipo de birra. Você aprende que sua influência sobre os que te amam incondicionalmente é muito maior do que sobre seus tios, primos, avós... É melhor pensar em maneiras menos usuais de convencê-los. Um bom exercício... além de ser também sua primeira experiencia de liberdade. Ninguém se preocupa tanto com a sua vida... é claro que todos querem seu bem. Mas as vezes, precisamos dar cabeçadas na parede pra lembrar se ainda dói, ou se era só imaginação... Pisquei pela terceira vez...

A primeira namorada ou melhor a primeira decepção amorosa. Quem aí não teve aquela paixãozinha de sexta série. As idas ao cinema. Os encontros no clube. Ir ao Mc. Era tudo tão mais fácil... ou talvez não mais fácil, mais simples. Sem complicações, sem falsidades, apenas a inocência do gostar. Era mais fácil se aproximar, acreditar, gostar... É nessa época que se criam as paredes de gelo, os corações de pedra... Pisquei pela quarta vez...

A primeira viagem com a turma. Vá conhecer pessoas novas, vá se aventurar com seus amigos. Beber era uma novidade.. não era? Hoje é só um hábito... Quantos anos nós tínhamos mesmo? 15? Mal sabíamos o que era passar uma noite em claro. No entanto, em 3-4 dias já éramos quase especialistas... você conhece pessoas que pensa que nunca mais vai esquecer, e o nunca mais acaba servindo só para o nunca mais vou ver.. Pisquei pela quinta vez...

O primeiro verdadeiro desafio: o vestibular. A primeira real conquista. Mudar de casa, mudar de vida. Pegar as rédeas da sua vida e levá-la para um lugar que você acredite ser o melhor. Saiba que na maior parte das vezes não é. Você erra com as pessoas. Você é mal interpretado, você é julgado. Você precisa pagar contas, você tem maiores responsabilidades, você é dono da sua própria vida. Cadê minha infância, cadê meus anos dourados? Mal me lembro dessa época... vou simplesmente sufocando em meio a livros, festas, responsabilidades, falta de tempo ou inabilidade de geri-lo. Pisquei algumas vezes, e a vida foi passando. A vida está passando. E de repente, deixar algo para amanhã pode ser tarde demais. De repente eu tinha responsabilidades demais... De repente eu estava perdido sem saber para onde ir... De repente, eu já não era mais criança...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Um mundo sem cor...

Dia 2 de julho de 2010 foi um dia triste. A seleção brasileira foi eliminada da copa do mundo. Sem entrar em méritos, vamos dizer que pelo trabalho que foi feito durante esses 4 anos, merecíamos um pouco mais. Vamos torcer para que isso não se repita daqui a 4 anos, afinal, da próxima vez o Brasil jogará com o apoio de sua torcida, e, aí sim, terá de demonstrar serviço. Por enquanto, ficou apenas um sentimento de frustração...

E mesmo assim, não vou falar de coisas felizes... hoje vou escrever sobre uma das partes mais tristes do mundo. Tristeza que enfrentamos hoje, as pessoas dessa região enfrentam todos os dias. Vocês se consideram miseráveis por terem visto sua seleção perder em campo? É mesmo? Então parem e pensem... como você se sentiria se seu pai ou mãe, talvez ambos, saíssem para rezar ou irem para o trabalho e não voltassem pra casa. Não porque fugiram, não porque não os amassem, mas porque foram libertados desse mundo. Seus corpos já não eram mais um, ou estavam destruídos demais para que suas almas julgassem que valeria a pena continuar lutando pela vida. Pois é, essa é a realidade de um outro mundo do outro lado do mundo...

Ali, onde o petróleo é um mar de riquezas, as pessoas não conseguem se entender. É bomba pra cá, invasão pra lá. Ameaças, troca de farpas... E se parar pra pensar, 20 anos atrás esses homens eram crianças que provavelmente corriam atrás juntos de uma pipa. Algo que me lembre "O Caçador de Pipas", livro que recomendo pra qualquer pessoa que ainda é capaz de se emocionar com uma bela lição de vida, de amizade e de lealdade... coisa que dificilmente se vê hoje em dia, diga-se de passagem. Esses dias, me choquei com uma foto de uma criança chorando agarrada às pernas da mãe pois seu pai morreu na explosão de dois homens bombas no Paquistão. O que não assusta é como essas notícias são comuns.

O que está acontecendo com o mundo? Porque nós não temos mais capacidade de nos entendermos? Porque ninguém tem coragem de abraçar uma pessoa que acredita em um deus de origem diferente do seu? Porque temos nojo de pessoas que tem origens diferentes? Seja ela européia, africana, asiática, indígena, todos são pessoas como nós, não são? Ou será que eu matei aulas de biologia demais durante o colegial?? Cadê o espírito de compaixão para os tempos difíceis?? É tão fácil estar sentado em uma poltrona confortável, em um belo sofá e saber que tudo isso não está acontecendo perto de nós... não parece distante? Esse horror, essa guerra do dia-a-dia? O que isso tem a ver conosco? Afinal de contas, se não me atinge, não me interessa... Cadê nossa capacidade de nos comover com a necessidade alheia?? Está mais para os invisíveis sociais, mas o fato é que ignoramos um pedaço do mundo e não apenas uma classe social...

Veja, por exemplo, durante as grandes guerras, sejam elas mundiais ou não, o desespero das pessoas. Como lidar com o sentimento de perder entes queridos, de ver sua casa destruída por um avião. Enquanto a ignorância rege o mundo, o que falta nessa história toda é simplesmente respeito... você não precisa acreditar nas mesmas coisas que ninguém, você não precisa ser igual a ninguém, você não deve satisfações a ninguém, mas respeito você deve a tudo. Já parou pra pensar, o que seria da Palestina e de Israel se houvesse apenas o respeito? O respeito pela cultura, pelo povo, pela história? E se houvesse compaixão? Compaixão pela dor que esses povos já sofreram, pelo árduo trabalho da sobrevivência....

É tão fácil querer o mal de alguém ou algo.. Não gosto daquilo! Ah é? e porquê não? Não sei, só não gosto.... PORRA!! PORRAA! Como você não gosta de algo que você não conhece? Em? Não tiro a razão das pessoas terem suas opiniões à respeito de tudo, considero isso até natural. Mas como você tem uma opinião sobre algo que você nunca se deu a chance de conhecer? Como você pretende pré-julgar algo sem base alguma? São essas as ignorâncias que circulam por aí causando discórdia e te mostrando que a causa do ódio é a diferença. NÃO. NÃO! A beleza da vida, a beleza das pessoas é a diferença! Já imaginou se todos nós fôssemos iguais? Se você fosse igual a mim, à seu irmão, seu pai, seu tio, sua mãe, se todo mundo fosse igual a todo mundo? o que as pessoas teriam a acrescentar umas às outras? Seria um mundo tão sem cor, tão sem graça... Se você pretende criticar algo tenha argumentos. Conheça o que você quer criticar, saiba argumentar, escutar, ceder e persistir se alguém estiver falando algum absurdo. Não se reprima com medo de julgarem-no, seja feliz caso o façam, significa que, pelo menos, alguém estava escutando...

domingo, 27 de junho de 2010

Eu só queria bons exemplos...

Essa semana perdemos um dos maiores autores da língua portuguesa. Um senhor chamado José Saramago ( para quem nunca leu nada dele, um bom começo seria o Ensaio sobre a cegueira, livro que também se tornou filme há poucos anos atrás). Ele foi o único escritor português a receber o Prêmio Nobel da literatura, e com certeza o seu falecimento fez do mundo um lugar menor culturalmente. Entretanto, não estou aqui para falar de livros, e nem mesmo de política ( afinal, o autor era um dos maiores defensores do comunismo ), mas sim para falar da falta que temos de bons exemplos, como esse senhor era.

No meu ano de vestibular, ou seja, 2008-2009 lembro-me de muitas vezes sentar em frente à televisão e me deparar com um dos programas mais absurdos da Rede Globo: O Big Brother Brasil, também conhecido como BBB que ao me ver seria também uma abreviação de: imensa perda de tempo, quantidade absurda de lixo, dentre outros apelidos carinhosos dessa série. O que mais me revoltava era o apresentador, Pedro Bial, chamá-los de heróis. Heróis de que? Futilidade? Inutilidade? Falta do que fazer? Isso me deixava p%&* da vida. Como alguém que acredita que sua melhor qualidade é sua aparência física pode ser "confundido" com um herói? Tenho certeza que era uma piada que ninguém entendia....

O próprio nome do programa já é um insulto a um grande autor, um cara chamado George Orwell, que em 1944 escreveu um livro chamado 1984 onde ele imaginou um mundo que é controlado por um "Grande Irmão"( O big brother ); um governo autoritário que não permite que as pessoas pensem e tenham sua liberdade de expressão. O meio para controlar a população? Os meios globais de comunicação: computadores, televisores, rádios... E aí, me ponho a comparar a situação, não seriam os meios globais de comunicação meios de controlar a população? Afinal, uma população ignorante é muito mais manipulável que uma socialmente formada e com opiniões próprias. O que já nos levaria a uma outra questão que é a educação nesse país. No entanto, hoje vou me manter a falar sobre a falta de exemplos. Essa discussão, fica pra um próximo post...

O Brasil peca em termos de exemplos nacionais. Não temos nossos George Washingtons, nossos Júlio Césars, nossos Luiz XVI, nossos Alexandres, nem nossos Genghis Khans... Poderíamos citar pessoas como Tiradentes? Talvez, mas quantos de nós admiram e acham que ele foi uma pessoa espetacular? O que podemos perceber em toda pintura que ele está presente é uma "cópia" de uma figura religiosa. Já repararam no quanto ele se aproxima de uma importante figura de Bíblia?? Sempre vestido de branco, rodeado de pessoas... Pois é...
Poderíamos citar D. Pedro I e sua declaração de independência... Vocês já estudaram história? A situação em Portugal estava feia para a família Bragança. A declaração de independência mais me parece um ato desesperado para manter-se imperador do que qualquer outra coisa. Afinal, D. Pedro é destronado pouco tempo depois.

Parando de buscar tão longe. Temos nosso valor. Temos nosso Caetano Veloso, Chico Buarque, Geraldo Vandré e outras figuras importantes para a história do nosso país, mas qual deles realmente é valorizado por nós? Eu, você, a juventude de hoje? São poucos os que escutam e valorizam nossa cultura. São poucos os que entendem os significados das músicas do Vandré, do Adoniram Barbosa, e mesmo os poemas do Carlos Drummond. Hoje em dia é um saco ter que estudar essas coisas pro vestibular.. pois é, que saco viu! Ter cultura e não saber o que fazer com ela é um saco... Talvez bárbaros deveriam invadir nosso país e tacar fogo em nossas bibliotecas como fizeram em Alexandria. Que falta faria?? hahaha.

Como diria Felipe Neto, a originalidade e a juventude revolucionária morreram. Não temos mais Cazuza, não temos mais Renato Russo. Nossa época de estabilidade política e o desenvolvimento do nosso país está matando a juventude, estão apagando essa chama que queima dentro dos jovens que sempre foram a esperança de mudanças no mundo. Hoje não é mais correr atrás de um mundo melhor. Hoje é ser colorido. Não é pintar a cara e lutar pelos seus ideais. É, como disseram os caras do Strike, seguir a tendência, onde o que importa não é ter conteúdo, é bombar na internet, no rádio, e se você não tiver o que falar, é só cantar yeah yeah... Chega a ser cômico... ou melhor, onde está a graça nisso tudo? É desesperador pra dizer a verdade...

Eu sinto falta de exemplos para o mundo. Eu tive meus avós, meus pais. Foram os maiores exemplos que precisei. Mas se minha família não fosse magnífica e nem mesmo bem estruturada, onde é que eu buscaria inspiração? Na bunda da Lia? No Faustão? Poderia ser no Gugu, ou até mesmo quem sabe no Sílvio Santos. As bundas do pânico.. e a lista de futilidades não para de crescer.

Não sei aonde queria chegar com esse texto, e sinceramente não me importo... eu só não aguento mais ver amigos meus namorando meninas de 14 anos. Não aguento mais ver pessoas achando que está na moda ser ignorante... eu não aguento mais as pessoas se contentarem em não sonharem... eu não aguento a mediocridade.... Queria encontrar pessoas com personalidade para se posicionarem e começarem a mudar alguma coisa que as revoltem. Eu acho que eu só queria alguém que me inspirasse... eu acho que eu só queria bons exemplos...

domingo, 20 de junho de 2010

Febre de Patriotismo

Bom, em primeiro lugar acho que devo dizer como pretendo conduzir o blog e quais são minhas pretensões com o mesmo.
Tenho como principal objetivo escrever sobre situações adversas, coisas cotidianas, reflexões próprias e compartilhadas, além de pensar que o blog pode me servir como um meio de extravasar idéias, insatisfações e revoltas que guardo para mim.
Todos terão direito de dar sua opinião sobre o que escreverei. Se concordam, se não e porque. Assim sendo, me darei o mesmo direito de ler, ouvir, concordar ou não. Sem dizer que comentários que eu julgar inúteis, ofensivos ou de natureza preconceituosa serão automaticamente excluídos.
Pretendo manter uma atualização a cada 10 dias, podendo variar para atualizações semanais ou mesmo quinzenais dependendo da minha vida pessoal. Farei uso de críticas horas ferrenhas, horas sutis, usarei de ironia, palavras fáceis e difíceis, além de informar minhas fontes e inspirações.

Hoje pretendo começar com um assunto que poucos tem coragem de abordar que é o patriotismo. Em plena época de copa do mundo, onde todos agitam nossa bandeira, gritam e vibram com as conquistas de nossa seleção, temos à flor da pele esse sentimento nacionalista. Ele é um sentimento lindo, vocês não acham?
Gostaria de voltar um pouco e primeiro me ater ao significado literal da palavra. Patriotismo é o sentimento de amor e devoção à pátria, aos seus símbolos (bandeira, hino, brasão). Através de atitudes de devoção para com a sua pátria, pode-se identificar um patriota. (Fonte wikipédia). É sutil e é a partir dessa definição que começarei a minha crítica.
Como disse algumas linhas acima, estamos em ano de copa. Não tenho nada contra esse nosso fanatismo em torcer pela seleção. Praticamente paramos o país para assistir nossos ídolos jogarem. E não nego, sou um dos fanáticos que se pudesse abriria mão de muitas oportunidades para exercer um pouco do meu fanatismo e agitar uma bandeira, vestir uma camisa, ou mesmo cantar nosso belíssimo hino nacional. E, pra quem não sabe, todo ano de copa é ano de eleições (Olha que coincidência!). Logo logo começarão as campanhas eleitorais, e para nosso desgosto, o jornal nacional será interrompido, a novela do sbt paralisada, e sabe-se lá quais são os programas que passam nas outras emissoras de televisão (Difícil saber o que agrega menos). Porém, diferentemente da copa do mundo, as eleições não são levadas tão a sério. Não cantamos nosso hino, não vestimos nossas camisas, não agitamos nossa bandeira. Somos totalmente acomodados. Uma grande maioria vota por obrigação, uma grande outra parte vota para receber bolsa sustento. Quem de vocês, caros leitores, se orgulha de exercer sua cidadania e no primeiro domingo do mês de outubro acorda cedo para votar no seu próximo representante?
Olhem só, diferente da copa do mundo em que uma má escolha possa terminar em derrota e tristeza nacional em que xingamos os jogadores, colocamos a culpa nos árbritos, pedimos a demissão de técnicos, uma má escolha nas eleições significa uma derrota contínua e ininterrupta durante 4 anos. São derrotas que eu, você e todo o brasileiro enfrentará morando em nosso país, ou até mesmo no exterior dependendo de nossa política externa. Vocês não se sentem menores quando tem que escolher entre pessoas como Quércia e nossa ex ministra do turismo, que acredita no lema relaxe e goze? Cadê nosso patriotismo agora?? Porque ninguém tem coragem de ir lá no senado, câmara dos deputados e varre aqueles imundos das cadeiras que teoricamente representam nossa democracia. Quero ver, ou melhor, gostaria de ver quantos dos nossos políticos não são nobres. Quantos não tiveram uma educação adequada e oportunidades de reis. E aí, fico me perguntando se são eles que realmente representam nossa nação, afinal, não é esse o nosso meio de governo? O governo por representatividade??
E exercer seu patriotismo não é só se levantar em ano de copa e eleições. Cadê, cadê nossos caras pintadas em momentos de vergonha nacional como encontrar 100 mil dólares em cuecas, os escândalos dos mensalões. Cadê nossa juventude crítica, nossos artistas ( e por favor, não confundam artistas com celebridades, pois isso beira a estupidez ) se rebelando contra as vergonhas de nossos políticos. Pois é, cadê....
Não estou dizendo que devemos todos nos transformarmos em políticos e mudar o país. Tenho certeza que não é fácil. Afinal, é uma empresa com 190 milhões de funcionários das mais diferentes origens e crenças. Mas quem aí não daria o seu melhor? A própria definição do patriotismo implica em fazer algo de bom pelo seu país ou nação. E vocês, o que vocês tem feito???
Não sou o principal exemplo de nada. Não sou engajado em políticas sociais, não faço parte de nenhuma comunidade pobre. Mas, não sou um acomodado. Muda-se o mundo mudando quem está ao seu redor. Nada tão utópico quanto à corrente do bem, mas a idéia beira a perfeição. E voce, caro leitor, o que você tem feito pra mudar sua situação??
Encerro o meu texto de hoje com uma pergunta, e então que tal um pouco dessa febre de patriotismo se estender até o começo de outubro??